segunda-feira, 25 de maio de 2009

A Cultura Portuguesa - Literatura

A literatura portuguesa divide-se em poesia, prosa, filosofia e teatro. Em todas essas áreas houve artistas que se destacaram pelo gênio e pela cultura portuguesa rica em temáticas.

Poesia

Portugal é muitas vezes designado como "um país de poetas". Efetivamente, a poesia portuguesa tem tido um peso e influência substancialmente maior na literatura do país do que a prosa. Existem bons exemplos, tanto na poesia lírica como na épica. Os poetas portugueses mais conhecidos no mundo são, sem dúvida, Luís Vaz de Camões e Fernando Pessoa, ainda que não se deva desprezar, especialmente, toda a poética galaico-portuguesa medieval e, mais tarde (desde o século XIX onde a moderna poesia portuguesa estabelece as suas raízes num punhado de poetas relevantes), do neoclassicismo até aos nossos dias.

Prosa

O fato de as primeiras narrativas serem transmitidas por via oral quase que obrigou que fossem, quase sempre, apresentadas de forma poética (a métrica e a rima, bem como o uso de versos recorrentes) facilitava a memorização de longos relatos. As gestas e as vidas de santos eram assim cantados (e contados). Muitos destes poemas foram depois passados para prosa (acrescentados de pormenores mais ou menos fiáveis ou, então, expurgados de fatos de cariz lendário - ainda que os cronistas não desdenhassem o lado místico das narrativas, até pelo fato de estes serem, basicamente, monges).

A Cultura Portuguesa - Pintura

A escassez de relíquias pictóricas em Portugal anteriores ao século XV levou à formação de uma crença de que neste país a pintura floresceu somente a partir da Renascença. Mas a ausência de exemplos concretos não significa, porém, que as sociedades locais de tempos remotos, precursoras da formação do atual Estado português, não praticassem esta arte e, ao contrário do que usualmente se supõe, a pintura de Portugal tem uma tradição antiquíssima. Infelizmente, por circunstâncias diversas, a maioria das obras produzidas até meados do período Gótico desapareceu, e as poucas que sobrevivem são por isso mesmo de extraordinária preciosidade, sendo os únicos testemunhos de uma linhagem artística que data da Pré-história. A partir do Renascimento, de fato, coincidindo com a fase dos descobrimentos e do estabelecimento de diversas colônias além-mar, as grandes riquezas que passaram a afluir para a metrópole serviram como poderoso estímulo para a intensificação do intercâmbio cultural e comercial com o restante da Europa e para um desenvolvimento acelerado e importante em todas as artes, beneficiando-se logicamente a pintura desse novo contexto. Desde lá a história da pintura em Portugal está muito melhor documentada, e suas obras hoje se conservam em diversos museus e coleções privadas nacionais e estrangeiras.
http://www.youtube.com/watch?v=RBo6TuUoz7Q

A Cultura Portuguesa - Arquitectura

A história da arquitectura portuguesa começa ainda na Idade do Bronze quando as primeiras aldeias começam a surgir de forma minimamente organizada, com casas, assembleias, balneários e muralhas em seu redor. Nessa época apareceram os Lusitanos.

Foi depois, no séc. III, com a ocupação romana, que as primeiras cidades começaram a crescer de forma organizada com inúmeros edifícios públicos e estradas pavimentadas que melhoram as comunicações em certas partes.

Após a queda do Império Romano do Ocidente o panorama artístico ficou quase esquecido. Apenas no séc. VIII, com a invasão muçulmana a arte voltou a ser praticada de forma mais organizada e uniforme. Mesquitas e palácios apareceram nas principais vilas e cidades do país.


Pavilhão de Portugal.Contudo no séc. XII começou a Reconquista. Transformaram-se as mesquitas em igrejas, como se fez com a Mesquita de Mértola, e de forma progressiva passou-se para o românico. As grandes igrejas pesadas começaram a povoar o território até que o gótico, e depois o Manuelino as tranformaram em edifícios mais esbeltos e decorados.

No séc. XVI, chega de Itália o Renascimento, que começa a racionalizar todas as formas, e os edifícios ficam mais pragmáticos em detrimento da sua decoração. De forma natural passa-se para o maneirismo que segue os passos da arquitectura renascentista. A Igreja de São Vicente de Fora é um dos melhores exemplos desse tempo. Nesta época, e desde o românico, a principal produção da arquitectura eram as igrejas, e assim seria até ao rococó.

No barroco, séc. XVIII as igrejas e conventos tornam-se mais luxuosos e ornamentados, exemplo disso é o Convento de Mafra. No início do séc. XIX vêm influências de vários países europeus que culminam no neoclassicismo. Poucas décadas depois aparece, como reacção, o romantismo. A Estação do Rossio ou o Palácio da Pena são obras românticas. No final desse mesmo século, os engenheiros tomam contam dos projectos com a arquitectura do ferro. O Elevador de Santa Justa é exemplo disso.

A arte nova e a art déco tiveram pouco expressão em Portugal. Mais tarde, durante o Estado Novo, foi aplicada uma arquitectura mais contida, mas sobretudo funcional.

Com o fim da ditadura, e abertura ao meio internacional, a arquitectura enriqueceu o seu espólio tanto em quantidade como em qualidade. Na actualidade destacam os arquitectos portugueses Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto de Moura, Fernando Távora, Gonçalo Byrne, entre outros.

domingo, 24 de maio de 2009

A Cultura Portuguesa - Teatro

Personalidades importantes

Gil Vicente ((1465 - 1536?)
É considerado o fundador do teatro português, no século XVI. Este, na sua Farsa dos Almocreves, em 1526, fala do Brasil.

António Ferreira (Lisboa, 1528 - 1569)
Estudou em Coimbra e também foi o discípulo mais famoso de Sá de Miranda, tendo sido um dos impulsionadores da cultura renascentista em Portugal. Escreveu em 1587 a primeira tragédia do classicismo renascentista português, Castro, inspirada nos amores de D. Pedro I e D. Inês de Castro, traduzida para o inglês em 1597, e posteriormente, para o francês e o alemão.

D. José, rei de Portugal
Seguindo as instruções de seu pai, inaugurou em Lisboa, a 2 de Abril de 1755, o Teatro Real do Paço da Ribeira (no Terreiro do Paço), mais conhecido por Ópera do Tejo, situado junto ao rio do mesmo nome, num espaço entre os actuais Terreiro do Paço (Praça do Comércio) e Cais do Sodré. Seria a estrutura mais luxuosa e inovadora do género na Europa, que cairia totalmente por terra com o terrível Terramoto de 1755 e contando apenas sete meses de vida.

Almeida Garrett (Porto, 1799 - Lisboa, 1854)
Foi um proeminente escritor e dramaturgo romântico, que fundou o Conservatório Geral de Arte Dramática, edificou o Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa e organizou a Inspecção-Geral dos Teatros, revolucionando por completo a política cultural portuguesa a partir de 1836, no rescaldo das Guerras Liberais. Frei Luís de Sousa é a sua obra maior.

Outros
Já no século XX encontram-se grandes nomes da literatura portuguesa a escrever para teatro, como é o caso de Júlio Dantas, Raúl Brandão e José Régio. Às portas da década de 1960, o contexto político fomentou uma nova literatura de intervenção, que se estendeu aos palcos através dos nomes de Bernardo Santareno, Luiz Francisco Rebello, José Cardoso Pires e Luís de Sttau Monteiro, que produziram grandes e intensas obras.
Neste momento existe em Portugal um teatro que se renova constantemente e que prima pela sua abundante diversidade, apesar do fraco investimento por parte do Ministério da Cultura e das fracas condições com que a maior parte dos artistas ainda trabalha. São vários os grupos que se têm destacado na cena contemporânea portuguesa: Casa Conveniente, Teatro Praga, Cão Solteiro, As Boas Raparigas, Teatro da Garagem, Teatro Meridional, Sensurround, Assédio e A Escola da Noite). Esses grupos têm renovado um panorama que até a década de 1990 era ainda dominado pelos encenadores carismáticos dos grupos independentes da década de 1970, como Luís Miguel Cintra (Teatro da Cornucópia), João Mota (Comuna - Teatro de Pesquisa), Jorge Silva Melo (Artistas Unidos), Maria do Céu Guerra (Teatro A Barraca) e Joaquim Benite (Companhia de Teatro de Almada), que são ainda detentores da maior parte dos subsídios atribuídos pelo Ministério da Cultura.
Destaca-se ainda as companhias de teatro que desenvolvem um trabalho de itinerância por todo o território do país, como são os casos do Teatro ACERT (Tondela), do Teatro da Serra do Montemuro (Castro Daire), Urze-Teatro (Vila Real), Teatro das Beiras (Covilhã), Este - Estação Teatral da Beira Interior ( Fundão ), Entretanto Teatro (Valongo), entre outros. Estas companhias que trabalham com inúmeras dificuldades, em particular ao nível das condições técnicas, representam uma parte bastante reduzida do orçamento do Ministério da Cultura.
Com grande divulgação encontra-se o Festival Alkantara, Festival de Almada, FITEI (Porto) e Citemor (Montemor-O-Velho), entre outros, que acolhem o que de melhor se faz em teatro em Portugal e no mundo inteiro.

A Cultura Portuguesa - Dança

A dança em Portugal depende muito do folclore português e este, por sua vez, das diferentes regiões do país. Das muitas danças que existem, podem destacar-se o Fandango, a Dança de Roda, a Valsa de Dois Passos, a Chotiça, o Corridinho, o Vira e o Verde Gaio.

Algarve
O corridinho é uma das danças tradicionais de maior expressão no Algarve. É dançado aos pares, as raparigas por dentro e os rapazes por fora. Giram no mesmo lugar, movendo os pés de forma rápida. Apesar de ser no Algarve que atinge maior notoriedade, também na Estremadura faz parte do folclore local.

Madeira
Nas diferentes regiões de Portugal há diferentes tradições, e a Madeira não é excepção. O Bailinho da Madeira, ou simplesmente bailinho, é a dança típica mais conhecida da ilha. É acompanhada do brinquinho - o instrumento regional tradicional, feito com castanholas, fitilhos e bonecos de paus, vestidos com o traje regional, que quando chocalhados contra a cana que os sustem, emite som.

Minho
O Minho, sobretudo o Alto Minho, é rico em danças tradicionais, das quais se destacam o Vira a Chula, a Cana Verde e o Malhão. O que mais sobressaí delas, à parte da dança propriamente dita, é o vestuário das mulheres, que com as suas cores e acessórios variados, adornam o bailado, deixando o ambiente mais bonito e elegante.

Ribatejo
No Ribatejo a dança com maior difusão é o Fandango. É uma espécie de dança da sedução, o homem gira em torno da mulher cantando e gritando de forma entusiástica. Por vezes a dança é feita por dois homens que "competem", um contra o outro, frente a frente, sapateando o melhor que poderem. .

Trás-os-Montes
Em Trás-os-Montes, os Pauliteiros de Miranda fazem uma dança que se mostra muito relevante no folclore da região. Um grupo de homens vestidos com trajes típico enfrentam-se uns aos outros com palotes. A dança evoluí com o som ritmado dos palotes a baterem e os movimentos dos intervenientes. Nestas "danças-combates" não entram mulheres, e o seu símbolo é a Capa de Honra.

Dança contemporânea
No último século, os intercâmbio culturais entre país de todo o mundo deram origem a escolas que ensinam estilos de dança internacionais. Exemplos disso são : ballet, o tango, o hip-hop, o kuduro, o samba, entre outros

A Cultura Portuguesa - Música

Portugal é internacionalmente conhecido pela sua tradição folclórica, em grande medida assente no Fado e nos estilos musicais dele derivados. Sendo este o género musical que melhor caracteriza o espírito português e que está directamente relacionado e é consequência da sua história e raízes culturais, tem-se observado uma recente expansão em diversos estilos musicais, como o rock ou o hip-hop.
A história da música portuguesa no século XX (principalmente a segunda metade), pode ser divida no período que antecede a revolução de 25 de Abril e pós-revolução.